POSSIBILIDADES E OPORTUNIDADES



Nunca a sociedade humana viveu tempos tão interessantes como atualmente! Há cada vez mais pessoas na Terra, as cidades fervilham de vida, a tecnologia oferece-nos cada vez mais conforto e qualidade de vida (na medicina, por exemplo) e o conhecimento nunca foi tão avançado! Esta é uma visão positiva da vida. Não é uma ilusão, muito menos uma alucinação.

Mas também podemos ter uma visão diferente sobre as mesmas coisas. As cidades crescem mas estão cada vez mais inseguras e com muitas bolsas de pobreza em muitas regiões do mundo e a tecnologia também trouxe problemas: poluição, desemprego, stress, armas muito perigosas, etc. Esta é uma visão mais negativa pois incide apenas sobre os efeitos secundários do progresso.

Não obstante, a vida no mundo de hoje é assim mesmo. Tem muitas coisas boas. Por exemplo, a medicina já venceu muitas doenças, vive-se muito mais tempo (sabe que há uns mil anos a média de esperança de vida era de apenas 18 anos porque a mortalidade infantil era elevadíssima, havia grandes epidemias e morria-se facilmente de qualquer doença hoje vulgar?).

Temos também coisas muito más, aterradoras. Ou não fossemos seres humanos, ainda muito primitivos em termos emocionais e comportamentais. O ódio, a raiva, a inveja e o egoísmo ainda fazem lei e destroem muitas vidas. Como escreve Augusto Cury, avançamos na ciência mas ainda somos seres pouco desenvolvidos no que respeita à prática da verdadeira humanidade.

Seja como for devemos ter uma visão realista de vida mas ao mesmo tempo positiva, oferecendo o nosso próprio contributo para que o mundo melhore. E esse contributo pessoal pode ser imenso. Veja: nós podemos melhorar a nossa cultura, pensar mais nos outros, ser mais solidários e humildes, cultivar a inteligência, educar bem as nossas crianças, cuidar dos indefesos, ajudar a manter as nossas cidades limpas...Tantas coisas e tão boas nós podemos fazer!

O nosso espaço de manobra e de intervenção é ainda muito amplo. Não nos deixemos sufocar pelos nossos medos ou pelas inibições. Aprendamos a cultivar uma mentalidade aberta, a ter uma visão alargada da vida e do mundo. Devemos entender que não somos apenas cidadãos de um pequen lugar ou de uma grande cidade. Não importa. Acima de tudo somos cidadãos do mundo, habitantes deste maravilhoso planeta azul e brilhante onde não faltam oportunidades para fazermos uso dos nossos recursos fundamentais: a capacidade de amar, a capacidade de pensar, a capacidade de aprender e a capacidade de julgar!

Nelson S. Lima

ENSINO PARA O AMANHÃ

Dar a verdadeira importância à criatividade!



Nunca se escreveu tanto sobre a importância (definitiva!) da criatividade, da imaginação e do espírito criativo numa sociedade dita do Conhecimento que se renova a cada instante. Todos os gurus e autores mais ou menos conhecidos se referem à criatividade com toda a ênfase e excitação que ela merece pois sendo uma aliada (e cúmplice) da inteligência a ela devemos os grandes avanços tecnológicos, científicos, culturais e sociais que marcaram a história humana. Agora, mais do que nunca, a capacidade imaginativa das pessoas e das organizações é algo muito valioso pois dela depende a resposta inovadora e diferenciada dos verdadeiramente competitivos (indivíduos, empresas, cidades, países, etc.) perante os desafios da mudança acelerada que marca o nosso tempo.

Não obstante este constante martelar no tema da criatividade a maioria das pessoas e da organizações humanas estão pouco despertas para ele. Por exemplo, o ensino ignora praticamente a criatividade. Aliás, chega a penalizar quem seja criativo. O mesmo se passa com a maioria das organizações que pacificamente aceitam que a criatividade é algo com interesse mas na prática recuam quando se trata de enveredar por caminhos que exijam alguma inventividade. Ou seja, parece que, frequentemente, a criatividade assusta. Todavia, se não fosse a criatividade de muitas pessoas estariamos - todos! - ainda ao nível dos progressos (simples) Idade da Pedra Lascada.

Aceitamos benevolamente a criatividade como um traço de personalidade e não como uma característica do potencial humano que todos temos com maior ou menor evidência.

As estatísticas dão-nos uma ajuda para compreender o porquê da situação. Cerca de 15% das pessoas são realmente criativas. Assim, temos uma maioria de 85% que prefere a comodidade do conformismo das ideias já comprovadas e aceites.

Temos assim que os espíritos conservadores raramente são criativos nada se podendo esperar deles de verdadeiramente novo. São seguidistas, na maior parte do seu tempo de vida.

Alguns autores defendem a tese de que esta situação fica a dever-se aos modelos de educação que seguimos. São modelos tradicionais onde a memorização é mais valorizada do que a inteligência criativa. E, assim, 9 anos de escola obrigatória eliminam muito do potencial criador das crianças, as quais se tornam adultos pouco dados a exprimirem verdadeira criatividade. E como as organizações se agarram, por natureza, aos seus alicerces e ideias já feitas, raramente apreciam os espíritos criativos e arrojados.

Felizmente que a sociedade está mais competitiva abrindo-se assim espaço para que a criatividade seja finalmente desejada e valorizada. Será, dentro em pouco, uma disciplina bem paga a quem for realmente criativo (até mesmo nas organizações mais cinzentonas como as da administração pública!).

Nelson S. Lima

5 inovações que vão mudar o nosso mundo!

A tecnologia faz parte da nossa vida e vai mudando as nossas necessidades à medida que também vai evoluindo. A lista das inovações com potencial de mudança sobre a forma como as pessoas trabalharão, viverão e jogarão nos próximos cinco anos foi agora divulgada pela IBA. Descubra quais são. 

Para começar, as tecnologias de poupança de energia solar serão utilizadas no asfalto, nas tintas e até nas janelas. No próximos cinco anos, a energia solar será uma opção acessível para si e para os seus vizinhos, de acordo com o terceiro relatório anual «IBM Next Five in Five».

Até agora, os materiais e os processos para produzir células solares conversíveis em energia solar eram demasiado caros e não permitiam uma adopção generalizada. Com a criação de células solares «thin-film» a situação vai inverter-se, na medida em que estas células são cem vezes mais finas que as células de silicone e podem ser produzidas a preços mais baixos.
Pode surpreende-lo, mas ao que a IBM indica terá uma bola de cristal para saber o estado da sua saúde.

Nos próximos cinco anos, o seu médico será capaz de fornecer um mapa genético que lhe dirá que riscos de saúde enfrentará e quais poderá evitar durante a vida, baseando-se no seu DNA. E tudo isto por menos de 200 dólares (cerca de 155 euros). «Desde que os cientistas descobriram como mapear o genoma humano que novas portas se abriram no sentido de desvendar os segredos dos nossos genes e, assim, prever tratamentos de saúde», sustentam. 


Os médicos, por um lado, poderão utilizar esta informação para recomendar mudanças nos estilos de vida e de comportamentos. As empresas farmacêuticas, por seu lado, poderão desenvolver novos e eficientes medicamentos personalizados, à medida das necessidades de cada paciente. «Neste contexto, o mapa genético transformará radicalmente a saúde nos próximos cinco anos e vai ajudá-lo a tomar melhor conta de si mesmo». 


Outra inovação será o poder falar para a Internet e a Internet responder-lhe. A forma de aceder à Internet «vai alterar-se radicalmente» nos próximos cinco anos. No futuro, será capaz de surfar na Internet num modo mãos-livres, recorrendo apenas à voz e deixando de ser necessário o teclado, por exemplo. 


As novas tecnologias mudarão a forma como as pessoas criam, constroem e interagem com os sites de informação e comércio electrónico, na medida em que a voz substituirá o texto. Imagine enviar e responder a emails e mensagens instantâneas sem escrever. Terá a capacidade de procurar verbalmente na Internet a informação e recebê-la de volta, como se estivesse a ter uma conversa com a rede. 


Poderá ter as suas próprias assistentes digitais de compras. Já alguma vez lhe aconteceu estar numa loja apertada e não encontrar ninguém que ajude a procurar o que precisa? E os amigos já lhe disseram que determinada roupa fica-lhe mesmo a matar? Nos próximos cinco anos, os consumidores confiarão muito em si mesmos e nas opiniões dos seus pares para tomar decisões relativamente às compras que fazem, não esperando pela ajuda dos assistentes das lojas. Uma combinação de novas tecnologias e da nova geração de aparelhos móveis trará progressos significativos à experiência de comprar. 


Por fim, mas não menos importante: esquecer-se tornar-se-à uma memória distante. O excesso de informação não o deixa dormir? Esqueça-a. Nos próximos cinco anos será muito mais fácil lembrar-se do que comprou na mercearia ou que tarefas têm de ser feitas, com quem falou numa conferência, quando e onde combinou encontrar-se com um amigo, ou que produto viu publicitado no aeroporto. Tudo isso será possível porque os detalhes da vida do dia-a-dia serão gravados, guardados, analisados e disponibilizados por aplicações inteligentes portáteis e estáticas, no momento e lugar apropriados.

É PRECISO TALENTO E MUITO MAIS

Numerosos estudos têm demonstrado que ser-se talentoso em alguma arte ou ofício exige vocação, paixão, entrega e um pouquinho de genialidade desde muito cedo. Depois é preciso trabalhar o talento, aperfeiçoá-lo com insistentes horas de dedicação e melhoria no desempenho. Estima-se que são precisas cerca de 10 mil horas para se chegar ao nível da elite dos melhores. Mas não chega para um desempenho de excelência.

Outros estudos, que compararam pessoas talentosas e bem treinadas, descobriram que os melhores dentre eles tinham algo mais: revelavam um conhecimento alargado da sua área de trabalho, o que lhes permitia estar mentalmente mais envolvidos e serem geniais, os melhores entre os melhores.

Um exemplo: um médico pode ser talentoso, altamente cotado, por ter estudado e praticado muito. Mas haverá melhores do que ele e entre esses estão aqueles que sabem mais sobre as diferentes áreas do saber ligadas à saúde como a biologia, a psicologia, etc. Ou seja, o conhecimento adicional, a formação contínua - feita de entrega apaixonada e deliberada - é que torna os talentosos em génios notáveis.

Estamos numa época do mundo em que precisamos de pessoas talentosas (bem conhecedoras e técnicas) em todas as profissões. Mas cada vez mais carecemos de autênticos génios. De médicos que não saibam apenas de medicina mas de psicologia humana; de gestores que não percebam apenas de gestão mas de filosofia, de sociologia e de psicologia; de psicólogos que não conheçam apenas as melhores terapias mas tenham uma cultura alargada que lhes permita enquadrar os problemas dos seus clientes nos devidos contextos sociais, económicos, filosóficos, espirituais, biológicos e médicos que os afetam....etc.

Ou seja, essas pessoas têm as mentes preparadas para saberem da sua profissão mas também para acrescentarem novos e permanentes conhecimentos. São especialistas, de facto, mas são também pessoas que possuem um conhecimento multidisciplinar em contante expansão e aprofundamento.


Nelson S. Lima

O QUE É O TALENTO


Para muitos estudiosos, o talento é a manifestação de uma inteligência por meio de uma ou mais habilidades com significado social expressivo. 

Os cientistas dizem que o talento inato é algo que resulta de determinadas combinações de genes. Estas combinações produzirão enzimas que irão afetar certas estruturas cerebrais tornando-as maiores e com mais conexões entre os neurónios. Será assim que certas crianças se apresentam como prodígios desde tenra idade.
 
Seja como for o talento envolve geralmente as seguintes aptidões:


- elevada inteligência em uma ou mais habilidades;
- forte motivação;
- espírito criativo;
- alta curiosidade;
- persistência;
- perfeccionismo;
- capacidade de realização e concretização.

 
Carolina Hehenkamp, professora e terapeuta holandesa, defende que o talento só adquire o seu verdadeiro significado quando "se converte em algo concreto".
Já no século XIX, Nietzsche, falou em "virtuosidade" como a capacidade de execução, pilar do talento.

 
Geralmente, o talento surge em idade precoce mas muitas vezes as pessoas só o reconhecem (em si mesmas) mais tarde quando despertam para uma vocação e se sentem no contexto e na época certa.

 
As áreas de talento são praticamente todas mas os especialistas referem habitualmente as seguintes:
- talento artístico (escrita, artes plásticas, artes cénicas, música, etc.);
- talento para liderança;
- talento científico;
- talento cinestésico (habilidades manuais e corporais);
- talento desportivo;
- talento matemático;
- talento social;
- talento criativo.

 
O economista Geoff Colvin alerta-nos, porém, para o facto de que "o talento não tudo" (título do seu próprio livro dedicado ao tema). 

 
Referindo-se aos desempenhos excepcionais, Colvin diz que ter talento não chega; é preciso muita aprendizagem e treino bem sucedido e intensivo (aquilo que ele chama de "prática deliberada"). Ou seja, não é o talento ou o trabalho que conduzem à perfeição mas antes um esforço altamente focalizado visando melhorar até aos limites "impossíveis" do possível.

 
Consta que são precisas 10 mil horas (cerca de 10 anos) de prática deliberada para que se passe de um desempenho muito bom para um desempenho excepcional. O que, diga-se, não está ao alcance de todos porque exige entrega e dedicação constantes.

 
A verdade é que vivemos num mundo em que o saber e o talento são cada vez mais valorizados. Não é por acaso que chamam à nossa época a Era do Conhecimento, a Era da Inteligência, a Era da Criatividade, etc. 

Nelson S. Lima